O Avental da Professora

O Avental da Professora
Lançamento do livro

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

A TARDE E O HOMEM

A TARDE E O HOMEM

A tarde azul, cintilante...
Florezinhas mimosas nos campos
Por onde caminha o homem.
Passos cativos...
De quem não se sente vivo!
Passos lentos...
De quem vive sem alento!
Sofrimento renitente
Que se arrasta no azul
Que consome o homem.
Ah, tarde... quisera meu eu infinito
Pintar em doce aquarela
As cores do teu ser.
Mas a tarde sufoca o homem
Que nada vê nem sente
Perdido em devaneios do poder.
Ah, tarde... quisera meu ser inconfesso
Fazer o tempo parar
Só para dar ao homem
A ilusão de te dominar.
Mas a tarde é fria...
Tão fria quanto o azul que se irradia
Nos campos do pensamento
Por onde o homem flutua,
Sufocado pelo azul.
E a tarde vendo o homem indiferente,
Vagando feito um demente,
Despiu-se do terno azul,
Vestiu-se de sombras funestas
Lançou um ai tão pungente
Sobre as muralhas do tempo e...
Num ato tresloucado,
De quem não encontra saída...
Cabrum! Cabrum!
A tarde explodiu o homem.

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